Governo avalia fechar mais uma vez o espaço aéreo sobre território Yanomami
O objetivo da medida, segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino, é acelerar a saída dos garimpeiros.
Por g1
O governo federal está avaliando fechar mais uma vez o espaço aéreo sobre o território Yanomami.
O objetivo da medida, segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino, é acelerar a saída dos garimpeiros.
"Estamos avaliando, a PF, junto conosco, Força Nacional, Ministério da Defesa, que esta medida deve ser antecipada para agilizar a saída de garimpeiros que ainda permanecem em pequeno número, no território Yanomami”, diz Flávio Dino, ministro da Justiça.
Nesta quinta-feira (16), a Polícia Federal divulgou um balanço parcial depois de uma semana de operação da força-tarefa dentro da reserva. Os agentes destruíram 40 balsas, um barco, quatro aeronaves, um garimpo e uma base de suporte logístico. Entre as apreensões, estão 16 toneladas de cassiterita e 7 mil litros de combustível.
Em Boa Vista, a Casa de Atendimento à Saúde Indígena, a Casai, está com uma situação precária. Quando chove, os indígenas doentes ficam debaixo das goteiras.
Os pacientes estão amontoados junto com acompanhantes em galpões superlotados. Em alguns locais não tem luz. As crianças brincam e usam banheiros sujos.
A Casai é ligada à Secretaria de Saúde Indígena, a Sesai, do Ministério da Saúde, e é referência na assistência médica dos Yanomami. Com capacidade para abrigar 300 indígenas, está com 738.
Além da superlotação, os indígenas que estão na Casai enfrentam outro problema: 60 pacientes que tiveram alta não conseguem voltar para as suas aldeias, porque o único helicóptero da Sesai está sendo usado no resgate de doentes na reserva Yanomami e no transporte das equipes médicas.
É o caso de Livaldo Yanomami, da comunidade Yarithopi. Ele está há três meses na Casai esperando para retornar à terra Yanomami.
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, disse que a atual situação da Casai é resultado de políticas adotadas nos últimos anos em relação aos povos indígenas.
“Infelizmente essa é uma realidade de praticamente todas as Casais, em todos os estados brasileiros. É um estado de total abandono desses últimos anos. Uma gestão que não olhou para essa estrutura das Casais dos polos bases. Foi um abandono do poder público da Secretaria Especial de Saúde Indígena, que agora a gente retoma com esse olhar não só da estrutura física, mas também humanitário, que precisa ter para esses cuidados com a saúde dos povos indígenas”, afirmou Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas.
Em nota, o Ministério da Saúde disse que não tem poupado esforços para mitigar os efeitos da crise de assistência em saúde aos Yanomami. Afirmou também que articula medidas emergenciais para melhorar a infraestrutura da Casai.
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