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A formação dos professores Yanomami para o Magistério Indígena

A SECOYA realizou entre 2001 e 2014 a primeira Formação para Professores Yanomami para Magistério Indígena. Foram 12 etapas realizadas nesse período, contemplando 21 componentes curriculares e 3.138 horas.

As Etapas de formação desenvolveram-se em dois movimentos articulados e complementares: um fora do xapono, em aulas presenciais e outro no próprio xapono, ao longo do serviço docente, com acompanhamento pedagógico, orientação e avaliações constantes recebidas de professores não-indígenas. Os professores Yanomami operam o processo do aprender fazendo, articulando as teorias e práticas e desenvolvendo um processo de criatividade e autonomia intelectual.

Ao longo de todo o processo da formação foi estimulado a criatividade e o pensamento crítico para o desenvolvimento progressivo do processo educacional no que diz respeito ao planejamento, conteúdo e metodologias de ensino dando ênfase para:

Temas transversais como proposta de refletir e atuar conscientemente nos valores e atitudes em todas as áreas;

Pesquisas como forma de desenvolver as potencialidades em termos de curiosidade e investigação;

Intercâmbios para buscar, conhecer e aprofundar os conhecimentos, desfazendo os preconceitos, respeitando e relacionando-se com o diferente;

Reuniões de planejamento com os envolvidos para avaliação do trabalho realizado;

Incentivo para produção de material de materiais bilíngues produzidos pelos professores Yanomami.

O Magistério Indígena foi realizado em 12 etapas, com 250 horas/aula em média, sendo ministradas por profissionais especialistas contratados pela SECOYA, com experiência reconhecida no campo da Educação Escolar Indígena da Universidade Federal do Amazonas-UFAM e Universidade do Estado do Amazonas-UEA, com apoio dos técnicos da SECOYA para auxílio no trabalho docente.

A primeira etapa de formação teve a participação de 56 Yanomami de 07 regiões diferentes, sendo promovida em parceria pela SECOYA, Comissão pela Criação do Parque Yanomami-CCPY, Urihi e Diocese de Roraima. Essa parceria conseguiu realizar 03 etapas formativas, contudo desfez-se com o tempo por diversas razões.

A SECOYA deu prosseguimento aos cursos com os Yanomami do Rio Marauiá, Rio Preto e Rio Demini, com o apoio das seguintes instituições financiadoras: PlatoStiftung, Terre des Autres, Nouvelle Planete, Terres des Hommes Holanda, Austrália e Terre desHommesSuisse. A Fundação Nacional do Índio – FUNAI e Secretaria do Estado de Educação do Amazonas – SEDUC-AM também apoiaram pontualmente alguns cursos.

Em 2014 aconteceu a última etapa de formação, e em 2015 foram entregues os diplomas durante a Assembleia Anual da Associação Yanomami Kurikama, para 29 professores Yanomami. O Magistério Indígena foi reconhecido pela SEDUC-AM, após longa articulação da SECOYA com o Conselho de Educação Escolar Indígena do Amazonas – CEEI-AM.

Abaixo apresentamos o quadro das Etapas realizadas:

Entendendo a Formação

A formação de professores Yanomami para o Magistério teve início através da parceria da Secoya com a CCPY e posteriormente com URIHI e Diocese de Roraima, com o principal intuito de acelerar o reconhecimento das escolas e professores Yanomami.

A partir de 2004, as instituições tomaram a decisão de realizar os cursos em suas respectivas regiões de atuação, embora os planejamentos dos mesmos ainda fossem em conjunto. Tomou-se essa decisão devido às dificuldades em se trabalhar com grandes grupos, além dos significativos gastos com a logística. Desde então, a Secoya promoveu, com seus parceiros financiadores, a formação dos professores Yanomami das regiões do Marauiá, Demini e Aracá.

Inicialmente a proposta de formação foi pensada para acontecer em quatro modalidades: 1)Cursos intensivos; 2) Acompanhamentos pedagógicos aos professores; 3) Intercâmbios com outras escolas indígenas e programas de formação de professores indígenas; 4) Pesquisa e estudos autônomos, a partir de três eixos temáticos: Terra,Língua e Saúde.

A terra foi eleita como eixo temático da formação porque sem o território a sobrevivência do povo Yanomami fica comprometida. Embora o território Yanomami esteja demarcado e homologado, as riquezas existentes em seu solo e subsolo fazem com que ele seja alvo de cobiça de diferentes grupos econômicos. Portanto, o direito garantido sobre o território é uma questão incondicional e prioritária, que deve permear toda a grade curricular de formação de professores Yanomami. Esse eixo abrange também a gestão do território, posto que após o contato se desenhou uma nova maneira de ocupação por parte dos Yanomami, onde chamam a atenção três aspectos principais: território finito, sedentarização e crescimento populacional.

A preocupação com a perpetuação da língua levou os idealizadores dos cursos de formação a eleger esse tema como o segundo eixo que norteia a formação dos professores Yanomami. Embora os Yanomami tenham estabelecido sido monolíngues em sua língua materna até muito recentemente, hoje já há o contato contínuo com a sociedade envolvente, trazendo a presença cada vez mais intensa da língua portuguesa para o cotidiano da vida dos Yanomami. Com a necessidade dos Yanomami falarem o português, torna-se importante promover a reflexão sobre a política linguística que se quer.

A escolha da saúde para a tríade dos eixos temáticos aconteceu pela preocupação em manter os serviços de assistência à saúde a partir dos princípios do Distrito Sanitário Especial Indígena – DSEI. A política de saúde para os Yanomami adotada pelo Governo Federal já deu bons resultados, mas nos últimos anos a relação da FUNASA com as organizações prestadoras de serviço sofreu várias mudanças que afetaram diretamente as ações de atenção básica desenvolvidas nos xapono. Por esse motivo, saúde como eixo central configura-se de modo a assumir uma postura de reflexão sobre o desenvolvimento das atividades de políticas públicas de saúde no Brasil e mais especificamente no tocante ao subsistema de saúde indígena.

A formação de professores é de grande importância para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem, principalmente se esta for realizada de forma contínua, possibilitando a esses atores a busca de soluções para os conflitos e dilemas em todas as áreas que envolvem o xapono.

Uma vez conhecedores de suas limitações quanto aos conhecimentos conceituais, métodos e atitudes necessárias para uma melhoria da prática educativa, os professores em formação tem se interessado pelos cursos. Mas precisam ter consciência que o prestígio para ser alcançado necessita de uma busca constante pelo conhecimento e a formação é o melhor caminho a ser seguido.

Ao longo desse caminho, os professores perceberão que a reflexão sobre a prática tende a provocar mudanças no processo educativo, pois quando o profissional reflete na ação e sobre a ação, questiona a definição de sua tarefa e os modelos de aprendizagem dominante. Durante todo o processo, as pessoas envolvidas se empenharam em repassar para os professores Yanomami esses preceitos e a importância de se tornarem os donos de suas próprias práticas educativas.

I Etapa do curso de formação para professores Yanomami

A Etapa denominada Terra, realizada entre os dias 15 de julho e 14 de agosto de 2001, dentro da Terra Indígena Yanomami, nas instalações da Missão Catrimani, pertencente à Diocese de Roraima, no xapono (aldeia) dos Mauxiutheri pë, foi elaborada e executada pelas equipes de educação da CCPY – Comissão Pró-Yanomami, SECOYA – Associação Serviço e Cooperação com o Povo Yanomami e especialistas convidados. Os professores (56) das regiões do Demini, Toototobi, Parawau, Paapiu, Catrimani, Ajuricaba e Marauiá formaram o público alvo.

O eixo temático desta etapa foi o Território Yanomami contemplando as disciplinas de Geografia, Direitos Indígenas, História, Língua Yanomami, Língua Portuguesa e Pedagogia. Sua carga horária total foi de 230 horas/aula e pela primeira vez as instituições participantes promoveram um curso mais extenso, com conteúdo mais denso, com a participação de especialistas convidados e reunindo professores Yanomami de várias regiões. Até então, tanto CCPY quanto SECOYA vinham oferecendo cursos pontuais de formação de professores, por regiões.

II Etapa do curso de formação para professores Yanomami

A II etapa do curso de formação, Economia e Ecologia, aconteceu no xapono de Ajuricaba, rio Demini, estado do Amazonas, entre 16 de maio e 15 de junho de 2002 e teve carga horária de 206 horas/aula. Ao todo participaram 75 professores oriundos de 57 escolas espalhadas pelo Território Yanomami.

Esta etapa foi desenvolvida a partir dos componentes curriculares de Matemática, Língua Portuguesa, História, Ecologia e Pedagogia, organizada pelas instituições CCPY, SECOYA e URIHI, com apoio do MEC, FUNAI (Fundação Nacional do Índio) e da Prefeitura de Barcelos.

A organização do curso foi feita a partir de uma série de conteúdos correlacionados, eleitos com base nas demandas mais urgentes dos Yanomami, levando-se em conta o tempo de duração (30 dias). Havia uma grande necessidade de desenvolver a capacidade de manusear dinheiro, tanto para o exercício consciente das relações de compra e venda, quanto para o controle social sobre o dinheiro destinado ao seu bem estar, seja ele oriundo de fontes governamentais ou não-governamentais.

O uso do dinheiro no contexto das relações de compra e venda permitiu a abordagem sobre a produção de mercadorias, os recursos naturais nela utilizados e o impacto ambiental resultante da extração desses recursos. Daí surgiu o levantamento dos recursos naturais existentes na Terra Yanomami usados pelos próprios índios e os que são usados ou cobiçados pelos não-índios.

III Etapa do curso de formação para professores Yanomami

A etapa do curso denominada Economia, Ecologia e Tecnologia, com carga horária de 185 horas/aula, aconteceu na cidade de Boa Vista/RR, no período de 01 a 27 de junho de 2003, com a participação de 122 cursistas oriundos de 73 xapono. Esta representatividade significou a presença das quatro línguas Yanomami: Yanomami, Yanomam, Sanöma e Ninam.

O objetivo geral definido para esta etapa foi de assessorar os Yanomami na reflexão sobre sua autonomia econômica e o impacto que vêm sofrendo após o contato com a sociedade envolvente.

Pensar a autonomia econômica remete pensar na sustentabilidade ecológica, tratando-se do próprio território Yanomami bem como do planeta. Por um lado, se faz necessário refletir sobre o uso dos recursos naturais da Terra Yanomami na realidade atual, quando se tem território finito, crescimento populacional e sedentarização dos grupos; e por outro lado, é igualmente necessário promover a análise crítica sobre a industrialização e produção de bens de consumo, salientando o uso desenfreado dos recursos naturais e a grande produção de resíduos que colocam em risco a vida das pessoas e do planeta.

Os temas e conteúdos eleitos para a III etapa também levaram em conta o histórico curricular traçado nos dois cursos anteriores. O trabalho interdisciplinar procurou abordar temas que pudéssemos desenvolver em todas as disciplinas de forma abrangente, como por exemplo, a Industrialização, levando-se em conta as opções tecnológicas e suas consequências.

IV Etapa do curso de formação para professores Yanomami

O Programa de Educação da SECOYA realizou a IV etapa do curso denominado Compreendendo o Meio Ambiente, o ser humano e seus Direitos, no xapono de Bicho Açu, rio Marauiá, município de Santa Isabel do Rio Negro – Estado do Amazonas, no período de 10 de janeiro a 9 de fevereiro de 2005, somando uma carga horária de 216 horas/aula. Os conteúdos desta etapa foram direcionados para os componentes curriculares de Ciências Naturais, História, Geografia, Matemática, Pedagogia e Direitos Indígenas atendendo a um grupo de 22 professores Yanomami, sendo 18 da área de atuação da Secoya, 01 da Missão Novas Tribos do Brasil e 03 da Missão Salesiana. Estiveram presentes ainda 6 lideranças.

Esta foi uma experiência nova para a equipe de educação da Secoya, que até então vinha trabalhando em conjunto com outras instituições no planejamento, organização e execução das etapas do curso de formação. Para este momento contou-se com colaboração da CCPY para selecionar consultores especialistas nos componentes curriculares de Ciências Naturais, História, Geografia, Matemática e Pedagogia. O conteúdo de Direitos Indígenas, anteriormente trabalhado apenas como tema transversal, foi abordado de modo específico, pela importância que reveste na luta contemporânea dos Yanomami na defesa de seus direitos.

Ao final do Curso, durante a avaliação, o grupo deixou claro que a realização dessas atividades dentro dos xapono Yanomami não são bem aceitas, pois pessoas de outros grupos clânicos permanecem por um longo período e acabam interferindo no cotidiano. Além disso, vários xapono não têm bom relacionamento e isso pode trazer conflitos.

V Etapa do curso de formação para professores Yanomami

O Curso planejado, organizado e executado pelo Departamento de Educação e Formação da Secoya, aconteceu no Sítio Poraquê, município de Rio Preto da Eva – Estado do Amazonas, entre os dias 14 de novembro a 16 de dezembro de 2005 e apresentou como tema: Pedagogia: Pensando a Educação Escolar Indígena, com carga horária de 203 horas/aula.

Este momento teve como objetivo a continuação da Formação dos Professores Yanomami da área de abrangência da Secoya, com o intuito de qualificar seus trabalhos enquanto alfabetizadores; o reconhecimento das escolas e professores Yanomami, bem como fortalecer suas questões culturais em razão de sua autonomia através da abordagem dos componentes curriculares de: Geografia, História, Matemática, Educação para Saúde, Direitos Indígenas e Pedagogia.

O público alvo desta etapa de formação foi formado por: 3 participantes do xapono Bicho Açu, 3 do xapono Ixima, 2 do xapono Raita e 2 do xapono Kona, na região do rio Marauiá; 2 do xapono Aracá e 3 do xapono Ajuricaba, Região do Demini; 2 Lideranças sendo uma do Ajuricaba/Demini e outra do Pukima Beira/Marauiá, além de toda a equipe de Educação da Secoya.

É importante salientar o papel das lideranças indígenas na ocasião dos cursos de formação de professores ao contribuir com valiosas informações a respeito da cultura tradicional. Além disso, acompanham e estimulam os professores nesse processo, realizando na prática o controle social e favorecendo a articulação entre dois mundos e culturas tão distintas.

VI Etapa do curso de formação para professores Yanomami

A VI Etapa do Curso denominada Construindo uma visão crítica da realidade Yanomami aconteceu de 10 de outubro a 16 de novembro de 2006, no Sítio Poraquê, município de Rio Preto da Eva – Estado do Amazonas, da qual participaram 14 professores Yanomami e 3 lideranças da área de atuação da Secoya. Os componentes curriculares trabalhados foram escolhidos a partir da avaliação dos professores Yanomami que consideraram importante estudar Cidadania e Direitos Indígenas, Educação Ambiental, Filosofia, Programa de Saúde, Pedagogia e Antropologia. No total foram 232 horas trabalhadas.

Durante a preparação desta etapa do curso, a Equipe da Secoya reservou espaço para os professores Yanomami realizarem visitas ao Bosque da Ciência, Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira - COIAB e sede da Fundação Nacional do Índio – FUNAI. Momentos considerados importantes pelos professores Yanomami por propiciar o intercâmbio com outros povos indígenas e instituições que podem contribuir com o entendimento sobre os cuidados com o meio ambiente e a manutenção de seu território.

VII Etapa do curso de formação para professores Yanomami

A VII Etapa do curso de formação de professores Yanomami aconteceu no período de 12 de novembro a 14 de dezembro de 2007, no Sítio Poraquê, município de Rio Preto da Eva – Estado do Amazonas. Desta etapa participaram 18 professores, sendo 16 da área de atuação da Secoya e 02 da Missão Novas Tribos do Brasil. Pela primeira vez participou um Yanomami do xapono de Cachoeira do Aracá, Nelson Yanomami, na perspectiva de entender o processo de formação e a dinâmica dos cursos. Participou ainda uma liderança que acompanhou todo o curso.

O tema do curso Linguística: Da tradição oral ao saber escrito deu-se em função dos componentes curriculares trabalhados: Língua Yanomami, Matemática, Pedagogia, Educação Ambiental, Língua Portuguesa e Educação em Saúde, totalizando uma carga horária de 220 horas/aula.

VIII Etapa do Curso de Formação para professores Yanomami

A VIII Etapa do Curso de Formação para Professores Yanomami, denominada Linguística: Da tradição oral ao saber escrito II, ocorreu de 10 de novembro a 12 de dezembro, no Sítio Poraquê, Rio Preto da Eva, Estado do Amazonas. Deste momento de Formação participaram 19 professores Yanomami, toda equipe de educação da Secoya e um profissional de saúde liberado para acompanhar o grupo.

A disciplina de pedagogia permitiu conhecer novas teorias e orientações para melhorar o processo de alfabetização. Na Sociologia, buscou-se associar o estudo da disciplina a partir da realidade e dos problemas hoje enfrentados por todos os xapono. A Disciplina de Metodologia da Pesquisa fundamentou o trabalho desenvolvido pelos professores para elaboração de material didático e ajudará no registro de antigos hábitos e atividades do povo que podem colaborar no fortalecimento da cultura Yanomami. O estudo da Língua Yanomami ajudou os professores a entenderem melhor a estrutura de sua própria língua e a fazer a distinção com a língua portuguesa, trabalhando ao mesmo tempo a necessidade e importância em manter a língua materna sempre viva. O componente de Língua portuguesa fechou a etapa com o estudo da estrutura, produção de texto para melhorar as habilidades escritas, bem como a elaboração de materiais que serão utilizados nas escolas.

IX Etapa do Curso de Formação para professores Yanomami

A IX Etapa Formativa intitulada Construindo Respostas para Novos Desafios, aconteceu entre os dias 16 de novembro e 18 de dezembro de 2009, no sítio Poraquê, município do Rio Preto – Estado do Amazonas, com 224 horas/aula.

O tema do curso escolhido a partir da avaliação da etapa anterior, das conversas e reuniões nos xapono e pelo momento vivido pelos Yanomami.Participaram do curso 20 professores Yanomami, do Rio Marauiá e Demini, de oito (08) xapono diferentes.

Dentro desse tema foi possível trabalhar os seguintes componentes curriculares: Língua Portuguesa, Informática, Ciências Naturais, Nutrição, Geografia, Pedagogia – Metodologia de Alfabetização.

O curso se deu no sentido de reforçar o debate e a reflexão no sentido de apoiar os Yanomami na busca de caminhos que incluem novas formas de luta e resistência articuladas com as tradicionais, para que sejam capazes de fazer valer seus direitos e também definir uma relação harmoniosa com a sociedade envolvente, impondo respeito, mas sabendo situar-se nesse diálogo intercultural e na conquista de espaços onde possam, gradativamente, ter voz ativa e participar com maior propriedade.

X Etapa do Curso de Formação para professores Yanomami

X Etapa formativa intitulada Escola Yanomami e Escola dos Napë, aconteceu entre os dias 21 de maio a 29 de junho de 2012, no sítio Poraquê, município do Rio Preto – Estado do Amazonas, com 272 horas/aula.A escolha desse tema deve-se a necessidade expressa pelos Yanomami no sentido de compreender melhor as principais diferenças existentes entre as Escolas Yanomami e as escolas urbanas principalmente.

Participaram 21 professores e 02 lideranças, vindos do Rio Marauiá – xapono Bicho-Açu, Ixima, Pukima-Beira, Raita, Pukima-Cachoeira e Kona; e Rio Demini – xapono Ajuricaba e Komixipiwei (antigo Aracá). Também acompanharam o curso o Sr. Cloergio Rodrigues da Gerência de Educação Escolar Indígena do Amazonas e Sr. Ely Macuxi, representante do Conselho de Educação Escolar Indígena do Amazonas.

Foram trabalhados os módulos de Matemática, Política de Educação Escolar Indígena, Artes-Expressão Cultural, Cidadania e Direitos Indígenas, Literatura, Pedagogia – Orientação para Estágio e Metodologia da Pesquisa. A equipe da SECOYA auxiliou todo o processo de ensino e aprendizagem dos docentes contratados para ministrar os módulos.

XI Etapa do Curso de Formação para professores Yanomami

A XI Etapa formativa intitulada A prática e o papel pedagógico do educador Yanomami, aconteceu entre os dias 10 de junho e 12 de julho de 2013, no sítio Poraquê, município do Rio Preto – Estado do Amazonas, com 216 horas/aula, teve como objetivo oferecer subsídios e suporte metodológico para que os professores Yanomami se apropriassem de seu papel político-pedagógico, desenvolvendo suas múltiplas competências, como agente político dentro da comunidade, promotor da construção e manutenção da Escola Diferenciada e mediador do ensino e aprendizagem.

Participaram 19 professores e 02 lideranças, vindos do Rio Marauiá – xapono Bicho-Açu, Ixima, Pukima-Cachoeira, Raita, Águas Vivas, Pukima-Beira e Kona; e Rio Demini – xapono Ajuricaba.

Dentro da temática proposta foram ministrados os seguintes módulos: Metodologia e prática de ensino, Metodologia da Pesquisa, Política de Educação Escolar Indígena: o papel do professor enquanto agente intercultural, Elaboração de materiais didáticos, A Escola Diferenciada e Pedagogia – Orientação para o Estágio.

Ao final do curso, os participantes elaboraram uma carta ao Secretário de educação de Santa Isabel do Rio Negro, Leandro Gonçalves de Medeiros, e ao prefeito de Santa Isabel do Rio Negro, Mariolino Siqueira de Oliveira, com a proposta para a educação indígena diferenciada.

XII Etapa do Curso de Formação para professores Yanomami

A última etapa formativa centrou-se no Aprofundamento da discussão política a respeito do programa de educação escolar indígena diferenciada e concluir os Projetos Políticos Pedagógicos das Escolas Diferenciadas. Aconteceu nos dias 01 de Setembro a 01 de Outubro de 2014, no sítio Poraquequara – município de Santa Isabel do Rio Negro / Estado do Amazonas.

Participaram 28 professores Yanomami, vindos dos Rio Marauiá – xapono Bicho-Açu, Ixima, Pukima-Beira, Pukima-Cachoeira, Raita, Kona e Momohiteri; Rio Demini – xapono Ajuricaba, Hemaripiwei (formado por um grupo que separou-se do Ajuricaba) e Komixipiwei; além de 06 lideranças do Rio Marauiá dos xapono Bicho-Açu, Ixima, Pukima-Beira, Pukima-Cachoeira e Tabuleiro, e Rio Demini do xapono Komixipiwei.

Foi possível estudar ao longo dessa etapa 06 módulos, sendo eles: Política de Educação Escolar Indígena, trabalhos de finalização do curso, Projetos Políticos Pedagógicos, Língua Portuguesa, Educação em Saúde e Orientação para Estágio.

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