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Discurso “pró-garimpo” aumenta desmatamento, ameaça indígenas e internacionaliza a floresta.

Entrevista especial com Segundo Dário Bossi, Bruno Milanez e Luiz Jardim Wanderley. Instituto Humanitas Unisinos - Adital. Por: Patricia Fachin | Edição: João Vitor Santos | 08 Setembro 2020


Que o governo de Jair Bolsonaro não é afeito à atenção e cuidado com a região amazônica não é nenhuma novidade. No entanto, é preciso estar atento para o fato de que, além de ‘abrir a porteira para a boiada’, a facilitação da atividade de mineração em terras preservadas, especialmente pertencentes a comunidades indígenas, dispara uma cadeia de danos a toda a região. Segundo Dário Bossi, Bruno Milanez e Luiz Jardim Wanderley, ambientalistas que atuam na Amazônia, “o garimpo vem sendo um importante vetor de desmatamento em Terras Indígenas e Unidades de Conservação”.

Em entrevista conjunta, concedida por e-mail à IHU On-Line, apontam que “nos últimos anos, desde o início da crise em 2015, o garimpo vem aumentando sua participação no desmatamento na Amazônia. A partir de 2019, essa tendência se aprofundou ainda mais, com a permissividade da política ambiental de Bolsonaro e o discurso pró-garimpo”. Mas os danos não param por aí. Depois que o Estado permite a instalação do garimpo, violência contra indígenas, outros conflitos, contaminação por metais pesados e instalação de garimpos ilegais passam pelos caminhos abertos pelas grandes empresas. “A construção de infraestrutura de apoio para as atividades industriais (estradas, aeroportos, hotéis, mercados, centros comerciais etc.) facilitaria o acesso às Terras Indígenas e reduziria o custo de instalação das mineradoras ilegais”, exemplificam.

Aliás, empresas essas que, em sua maioria, estão ligadas a grandes corporações internacionais. Ou seja, os ambientalistas ainda observam que o poder estatal é quem está entregando a Amazônia para estrangeiros. “Os dados mostram que, diferente do que é dito pelo presidente, não seriam as ONGs as responsáveis pela ‘internacionalização da Amazônia’, mas sim as empresas mineradoras, por meio de complexas estruturas de propriedade, que garantem ao capital financeiro global o controle das reservas minerais da região e, consequentemente, direito para definir o uso do solo, podendo expulsar de seus territórios pequenos agricultores e comunidades tradicionais”, sintetizam.


Confira a entrevista completa:

Discurso“pró-garimpo”aumenta_desmat
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